Mercado de food service

Food Service: um mercado de múltiplas oportunidades

Em 2022, a indústria de alimentos enfrentou um cenário desafiador, marcado por pressões generalizadas nos preços de matérias-primas agrícolas, energéticas e embalagens, intensificadas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactaram, de forma direta, nos custos de produção de alimentos.

Apesar destes fatores de restrição, a economia brasileira seguiu em movimento de retomada, estimulada pela volta do setor de serviços, o que contribuiu, de forma decisiva, para a geração de emprego e renda, que beneficiaram a expansão do consumo de alimentos pela população do país.

No mercado interno de alimentos, o principal destaque ficou por conta do canal de food service (serviços de alimentação preparados fora do lar), que continuou em trajetória de retomada das atividades, impulsionadas pelo retorno dos consumidores aos estabelecimentos físicos e da manutenção da força dos sistemas de delivery, com crescente integração dos canais físicos e digitais, o que contribuiu para estimular inovações em produtos e serviços e novos modelos de negócios.







As vendas da indústria para o food service, em termos nominais cresceram 18,0% em relação ao ano de 2021 (9,8% em termos reais, descontada a inflação acumulada em 12 meses do grupo de alimentação fora do lar do IPCA-IBGE, de 7,5%), alcançando R$ 208,0 bilhões, enquanto as vendas para o varejo alimentar tiveram expansão de 14,3% (0,3% em termos reais, descontada a inflação acumulada em 12 meses do grupo alimentação no domicílio do IPCA-IBGE), totalizando R$ 563,7 bilhões.

A participação do food service nas vendas da indústria de alimentos no mercado interno alcançou 27,0%, superando o observado em 2021, de 26,3%, porém, ainda abaixo do patamar de 2019, de 33,1%. A expectativa do setor é que o processo de retomada do consumo de alimentos no canal food service continue ao longo dos próximos anos, abrindo novas oportunidades de negócios.

Na cadeia de valor do food service, os alimentos industrializados que entram como insumos, geraram uma receita estimada pelos operadores de R$ 548,4 bilhões, o equivalente a um giro de negócios superior a R$ 1,5 bilhão por dia, prestados por cerca de 1 milhão de estabelecimentos e mais de 6 milhões de colaboradores.



Fatores de expansão do mercado de food service em 2023

O processo de transformação digital em toda a cadeia do food service continuará sendo um importante fator de estímulo aos ganhos de eficiência e de expansão do mercado nesse e nos próximos anos, ampliando a capacidade de interação com os consumidores e de entregar experiências de serviços relevantes.

De forma análoga, o avanço da implementação da agenda de sustentabilidade social, ambiental e de governança nos negócios (ESG), de forma coordenada no ecossistema de food service, contribuirá para endereçar, importantes desafios sistêmicos como a necessidade de redução de perdas e o desperdício de alimentos, a geração de oportunidades de novos empregos, por meio da formação e qualificação profissional e a segurança no compartilhamento de dados.

Neste processo, as parcerias de negócios entre indústria, distribuidores, prestadores de serviços e operadores food service serão fundamentais para o fortalecimento das empresas de todo a cadeia de Food Service e superar dos desafios colocados pelo alto custo de crédito e a expansão moderada da economia do país.

A projeção atual para o mercado de food service é de crescimento das vendas no patamar de 10% à 12% em termos nominais, e de 3% a 4% em termos reais, com uma participação de acima de 28% nas receitas da indústria de alimentos no mercado interno.







Principais fatores da transformação do mercado:

  • - Mudanças no estilo de vida da população, com demanda para uma alimentação mais conveniente, prática, saudável e segura.

  • - À medida que se intensifica a transformação digital do mercado de consumo de alimentos, abrem-se novas oportunidades para a maior participação do food service nas soluções em alimentação, entre elas a fusão dos canais de atendimento físicos e digitais.

  • - Os serviços de “delivery” terceirizados ou próprios continuam em expansão acelerada e passam a ocupar um papel central no planejamento das empresas que operam na cadeia do food service.

  • - Expansão das Dark kitchens e Ghost kitchens como modelo de negócios complementar às operações tradicionais.

  • - Digital Food Service: maior eficiência nos negócios, por meio da integração de processos de suprimentos, preparo e distribuição de refeições, a partir das novas plataformas de tecnologias da informação, como a inteligência artificial e o blockchain;

  • - Parcerias de negócios entre indústrias, distribuidores, operadores e prestadores de serviços, em favor da otimização de custos e eficiência nas operações.

  • - Inovação: novos formatos de negócios e serviços no canal food service em sintonia com as novas demandas dos consumidores;

  • - Tendências emergentes, que vieram para ficar: saudabilidade, valorização dos atributos relacionados à nutrição e ao bem-estar, sem abrir mão do sabor e da conveniência;

  • - Sustentabilidade: Consumidores, Operadores e Fornecedores conectados às crescentes demandas por eficiência ambiental na produção, distribuição e consumo de alimentos.

  • - Clean label, enriquecidos, integrais, vegetarianos/veganos, orgânicos/sustentáveis; alimentos plant based.