por Abia

Setor de food service vive momento de recuperação após pandemia

Depois do impacto causado pela pandemia de covid-19 na economia, o mercado de food service, que abrange os estabelecimentos de alimentação fora do lar, como restaurantes, lanchonetes, bares, bistrôs e food trucks, entre outros, está em franca ascensão. Para 2022, está previsto um crescimento real de 10,2%, superando os 3,2% de 2019. O desempenho, entretanto, não coloca este mercado no patamar registrado antes da pandemia, mas demonstra uma importante recuperação, que deverá seguir por 2023 e 2024.

“Em 2020, o food service foi gravemente impactado pelas restrições à circulação de pessoas, o que provocou o fechamento de muitos negócios. Naquele ano, houve retração de 27,5% no faturamento real, rompendo a série positiva observada ao longo dos últimos anos”, comenta João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), entidade organizadora do 15º Congresso Internacional de Food Service, realizado em 23 de novembro, no SENAC Santo Amaro.

O dirigente reforça que no ano passado o segmento movimentou R$ 460,3 bilhões (receita de todos os tipos de operadores) e representou 26,3% (R$ 176,3 bilhões) das vendas da indústria de alimentos no mercado interno. Já para 2022, a previsão é de que o setor fature R$ 543 bilhões, com participação de 27,3% (R$ 208,2 bilhões) nas vendas da indústria alimentícia.

O segmento engloba diversas categorias: comercial (restaurantes, lanchonetes etc.), não comercial, em que os serviços de alimentação são parte da receita (catering aéreo, hotéis, hospitais e escolas privados etc.); e institucional (governos).

Esses e outros dados apurados pela ABIA foram apresentados no evento, que contou com palestra do economista Ricardo Amorim, e diversos painéis que revelaram a visão dos atores do setor sobre as principais mudanças, oportunidades e tendências – e trouxe ainda a “Arena Experiência”, um espaço voltado para demonstração de produtos e soluções da indústria alimentícia para o food service, com presença de grandes empresas como Cargill, Seara/Friboi e Nestlé.

Bons ventos

O cenário é animador para os operadores. Com o avanço da vacinação e o aumento da circulação de pessoas, o consumo de alimentos fora de casa voltou a crescer no país.

Mas Dornellas reforça que ocorreram transformações no food service que estão diretamente ligadas à evolução dos hábitos de consumo. “A longo prazo, a tendência é que o food service cresça mais que o varejo alimentício, como já vinha acontecendo antes da pandemia. Estamos notando a valorização da conveniência pelo consumidor”, avalia o executivo, acrescentando que a pandemia acelerou a transformação digital no setor.

“Ganharam força o e-commerce, delivery e novos modelos de negócio. Muitas marcas fizeram viradas importantes de negócios, crescendo, inclusive, durante o momento mais desafiador de restrições. Entretanto, muitos estabelecimentos foram seriamente impactados e tiveram que lidar com o baixo fluxo de clientes, o alto custo dos insumos e inúmeras incertezas”, completa.

Ainda falando em tendências, o presidente executivo da ABIA afirma que, em 2022, o setor está passando por uma fase de adaptações. “O consumidor mudou, o comportamento de consumo não é mais o mesmo, e os negócios precisam estar em sintonia com esse novo momento. São novas formas de comprar e vender: foodtechs com foco em cuidar do mundo e das comunidades, quick commerce, novas estratégias para ressignificar e valorizar as conexões e relações humanas”.

Sobre a ABIA

Fundada em 1963, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) é a maior representante do setor no País. Fazem parte da entidade 110 empresas produtoras de alimentos, bebidas, tecnologias e ingredientes. Indústrias de pequeno, médio e grande portes, presentes em todo o território nacional, brasileiras e multinacionais que, juntas, representam cerca de 80% do setor, em valor de produção. A indústria de alimentos e bebidas é a maior do Brasil: processa 58% de tudo o que é produzido no campo, reúne mais de 37 mil empresas, produz 250 milhões de toneladas de alimentos por ano, gera 1,76 milhão de empregos diretos e representa 9,6% do PIB do País.

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