por Abia

Indústria de alimentos: resultados positivos e pressão dos custos de produção no primeiro semestre

No primeiro semestre do ano, a indústria de alimentos enfrentou fortes pressões de custos de matérias-primas e insumos, situação agravada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. Apesar do cenário desafiador, o setor apresentou expansão de produção e das vendas reais de 2,6 e 3,2%, respectivamente, estimuladas pelas exportações e a continuidade da retomada do mercado interno, com destaque para o food service (alimentação fora do lar). Os dados são da pesquisa conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).

Outro dado relevante é a expansão do emprego: o número de pessoas ocupadas na indústria de alimentos de janeiro a junho de 2022 apresentou crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2021. Foram 36,8 mil postos de trabalho a mais. “Com o contexto de melhoria do emprego formal, a indústria de alimentos reforça sua contribuição aos indicadores de recuperação da economia”, pontua João Dornellas, presidente executivo da ABIA.

Exportação de alimentos industrializados segue crescendo

A conjuntura político-econômica internacional tem favorecido as exportações – a alta nos preços internacionais de commodities, a continuidade da guerra na Ucrânia e a firme demanda por alimentos no mundo contribuíram para o bom desempenho das vendas para o mercado externo, que atingiram US$ 27 bilhões no primeiro semestre, 30,5% acima do mesmo período de 2021. Em volume, alta de 0,4%. Entre os principais produtos exportados estão as proteínas animais, com US$ 12,2 bilhões (+35,2%); farelos, com US$ 5,6 bilhões (+46,9%); açúcares, com US$ 3,8 bilhões (-8,5%); óleos e gorduras, com US$ 2,5 bilhão (+115,6%).

Custos de produção continuam pressionando

Durante todo o semestre os preços internacionais das commodities seguiram com elevada volatilidade, atingindo recordes históricos após o conflito na Europa. Os preços de matérias-primas agrícolas e demais insumos permanecem em patamar elevado, acima do ano anterior, a exemplo do óleo de palma, glúten de trigo e materiais para embalagem.

O índice de preços de alimentos da FAO/ONU, que inclui os principais grupos de commodities agrícolas (cereais, óleos, proteína animal, laticínios e açúcar), após atingir os maiores patamares históricos entre março e maio deste ano, tem apresentado tendência de queda, puxada pelos preços dos óleos vegetais, com o retorno das exportações de óleo de palma pela Indonésia, e também pelos dos cereais, após o anúncio de um acordo entre Rússia e Ucrânia que pode viabilizar o escoamento de parte do trigo armazenado em portos ucranianos.

Setores que mais cresceram no primeiro semestre (produção física):

  • óleos e gorduras, +3,6%,
  • pescados: +3,0%
  • derivados do trigo, +2,8%,

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