por Abia

16º Congresso de Food Service da ABIA revela tendências para o setor

O setor de alimentação fora de casa (bares, restaurantes, cafés, lanchonetes etc.) segue em recuperação e comemora um período de crescimento expressivo no Brasil. Pesquisa aponta que 58% dos estabelecimentos registraram aumento no faturamento durante o primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado. Para manter esses resultados em alta, empreendedores precisam estar atentos ao cenário atual e às novas demandas dos consumidores. É o que o 16º Congresso de Food Service da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) pretende revelar nesta quinta-feira, 5 de outubro, no Senac Santo Amaro, em São Paulo.

O evento, que acontece de 9h às 17h, contará com painéis que vão abordar as perspectivas para o food service no próximo ano, cenário econômico, abastecimento, tendências em novos sabores – com mediação da chef Carole Crema, apresentadora do GNT - e a relação da indústria com os operadores. Claudia Algranti, Gerente de Marketing para a América do Sul da Ingredion, empresa global de ingredientes, revelará dados que prometem fazer a diferença para muitos negócios.

De acordo dados de mercado, sabor, nutrição e textura são as características que mais influenciam na escolha de alimentos e bebidas. O levantamento revela que, globalmente, os critérios de maior destaque são: sabor familiar (54%), nutrição saborosa (42%), sabor reconfortante (39%) e textura (39%).

“Mais de 14% dos lançamentos de alimentos e bebidas do varejo têm alegações relacionadas à textura na comunicação. No food service, este percentual provavelmente é muito maior”, comenta Claudia. Ainda no que diz respeito a tendências globais, de acordo com um estudo feito pela companhia em 2023, 84% dos consumidores da América do Sul estão dispostos a pagar mais por alimentos e bebidas que oferecem claims de naturalidade como “Natural” ou “100% natural”, segundo a Ingredion.

A executiva comenta ainda que a marca é um elemento importante na escolha, porém os consumidores continuam buscando soluções mais acessíveis. “Os claims de saúde mostram o maior potencial para agregar valor, e 80% dos consumidores da América do Sul afirmaram que estariam dispostos a pagar mais por produtos que contenham alegações de benefícios na digestão ou no aumento da imunidade. Saúde e sustentabilidade ganham cada vez mais importância na hora de avaliar a lista de ingredientes”, aponta Claudia.

O presidente executivo da ABIA, João Dornellas, reforma que o congresso é uma oportunidade para apresentar inovações que chegam ao mercado para atender diversos perfis de consumidores, modelos de negócios e ocasiões de consumo. “Food service é alimentação fora do lar, mas é muito mais do que isso. Essa edição vai ampliar o conhecimento do público sobre os diversos aspectos que compõem esse ecossistema e como esses fatores impactam o desempenho do setor”.

Para o dirigente, mais do que um momento para se manter atualizado, o evento é um momento para encontrar diversos agentes que movimentam esse canal – indústrias, distribuidores, profissionais da gastronomia, operadores, e, claro, consumidores. “Este ano estamos abordando um olhar além da comida para mostrar a grandeza do food service, seja na força da indústria alimentícia – cerca de 28% das vendas no mercado interno são para o food service –, na movimentação que gera no setor de serviços e na quantidade de pessoas empregadas”, comenta Dornellas.

Também participa do painel sobre tendências Zenir Dalla Costa, Coordenadora de Tecnologia em Gastronomia do SENAC, que vai explicar como a academia tem preparado os novos profissionais para este mercado.

Sabores que agradam o paladar

Uma pesquisa da Kerry, líder global em ingredientes, pode ser a chave para o sucesso dos negócios. De acordo com Fernanda Fontolan, Gerente de Marketing de Taste – Latam da companhia, alguns dos sabores que mais vêm ganhando espaço no mercado nos últimos três anos, no universo das bebidas frias, são melancia, pitaia, café, cajá, lichia, cupuaçu, frutas vermelhas e limão siciliano.

Já entre as bebidas quentes e laticínios, maçã com canela, groselha, tangerina, caramelo, capuccino, manga, avelã, macadâmia, framboesa e doce de leite merecem destaque. Para os doces (bolos, biscoitos, sorvetes, chocolates, iogurtes etc.), caipirinha, melancia, graviola, pêssego, tangerina, algodão doce e maçã verde são alguns dos sabores que têm conquistado um lugar ao sol.

Um dia bom começa com bacon

Pesquisa global da GL Foods, que também fará parte do painel “Tendências em novos sabores” revela que, para as refeições matutinas, ovo poché, bacon e waflle de pão de queijo, servidos com molho cremoso amanteigado e picante, estão no topo. Para o lanche, o frango vem com tudo: sanduíche de filé de sobrecoxa com molho teriyaki é um exemplo de iguaria que vem conquistando o paladar mundial. No universo do churrasco, espetinho de vegetais com pancetta suína é a sensação do momento.

Daniel Roseira, Chef Executivo da GL Foods, reforça que a autêntica culinária mexicana também vem causando impacto em todo o mundo. “A Quesabirria, carne cozida à ‘birria’ (cocção lenta em temperos e molhos de sabor intenso), em uma tortilha com queijo derretido, é a estrela”, conta. O mel é outro item que vem crescendo, já que funciona como uma alternativa ao açúcar refinado. Queijo empanado servido com mel infusionado em jalapeño e alho frito é um petisco que tem tudo para se destacar em bares, lanchonetes e restaurantes Brasil afora, revela a executiva.

Dados econômicos animadores

Joice Fernandes, Coordenadora do Comitê de Food Service da ABIA e Diretora de Food Service na Seara, vai apresentar o painel “Visão do mercado e perspectivas para 2024”. Um dos dados a serem mostrados é que, em 2022, o food service foi responsável pela compra de R$ 208 bilhões em produtos da indústria de alimentos, um crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior.

O desempenho foi impulsionado pelo retorno presencial dos consumidores aos estabelecimentos e pela continuidade da retomada da economia brasileira. A projeção atual é de uma expansão entre 3% e 4% nas vendas reais da indústria para este canal, e a participação nas vendas deverá fechar o ano próximo de 28%, resultado expressivo, porém ainda abaixo do patamar pré-pandemia, de 33%.

Apesar do cenário positivo, o nível de endividamento da população segue em alta, reduzindo as visitas a bares, lanchonetes e restaurantes. Quase 70% dos consumidores citam o corte de gastos como justificativa para o afastamento dos estabelecimentos.

“Com todas as barreiras que possam surgir, o food service ainda tem uma enorme força. Mas é preciso que os operadores se dediquem a oferecer uma boa experiência para aumentar o consumo. Pesquisas apontam que 84% das pessoas acham que ir ao restaurante com a família e amigos é a melhor forma de aproveitar tempo de lazer. E 67% preferem gastar dinheiro em uma experiência no restaurante que fazer compras em loja”, afirma Joice.

Pesquisa revela índices robustos

Fernando Blower, Diretor Executivo da ANR, Ricardo Marques, responsável pela operação da Unilever Food Solutions na América Latina, e Simone Galante, CEO da Galunion, apresentarão os resultados da segunda edição da “Pesquisa alimentação hoje: a visão dos operadores
de estabelecimentos do food service”. O levantamento revela que 65% das 9.239 unidades pesquisadas têm um faturamento médio mensal entre R$ 30 mil e R$ 250 mil, 80% estão localizados em áreas de rua, 46% têm mais de 10 anos de existência e 58% operam sob o regime tributário Simples.

Sobre o contato com os fornecedores, 60% afirmam utilizar o WhatsApp para relacionamento e obtenção de informações, e 55% para efetuar os pedidos de compra. A forma de fornecimento mais utilizada é compra em atacados/cash & carry: 71% dos respondentes optam por essa modalidade. A compra direta na indústria é feita por 65% dos entrevistados.

“A pesquisa confirma que 65% dos operadores realizam compra direta da indústria de alimentos, demonstrando a importância de o nosso setor continuar investindo em soluções que entreguem uma proposta de valor diferenciada para os estabelecimentos. Esse dado é reforçado quando analisamos as áreas em que o operador precisa de ajuda dos seus fornecedores – produtos que gerem ganhos de produtividade, informações sobre performance dos produtos, comportamento do consumidor – tudo isso faz parte da prestação de serviços da indústria, e devemos apostar ainda mais nesse modelo de parceria”, declara João Dornellas.

O 16º Congresso de Food Service da ABIA contará ainda com Paulo Vicente, Professor da Fundação Dom Cabral, que tratará do tema “Cenários econômicos e a alimentação fora do lar”. O painel “Consolidação do abastecimento no Food Service” terá a participação de Alessandro Chiaramitara, CEO da Delly´s, Humberto Aguiar, Head do Canal Atacado Distribuidor Tenda, e Renato Kenji, Head Comercial da Frubana, moderados por Fernando de Paula, Sponsor do Comitê de Food Service da ABIA e Diretor de Relações Governamentais da Arcos Dorados.

Encerrando o evento, Michel Alcoforado, antropólogo, colunista e sócio do Grupo Consumoteca, dará a palestra “Cliente no centro: como a indústria pode ajudar os operadores”.

SOBRE A ABIA

Criada em 1963, a ABIA é a maior representante da indústria de alimentos no País. Fazem parte da associação 107 empresas produtoras de alimentos, bebidas, tecnologias e ingredientes: indústrias de pequeno, médio e grande portes, presentes em todo o território nacional, brasileiras e multinacionais que, juntas, representam cerca de 80% do setor, em valor de produção. A indústria de alimentos e bebidas é a maior do Brasil: processa 58% de tudo o que é produzido no campo, reúne mais de 38 mil empresas, produz 250 milhões de toneladas de alimentos por ano, gera 1,9 milhão de empregos diretos e representa 10,8% do PIB do País.

Informações para a imprensa:

FSB – Gustavo Monteiro – [email protected] e (21) 98230-2349

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