13º Congresso Internacional de Food Service ABIA 2020
Entrega em domicílio e novos canais de vendas dão fôlego ao Food Service durante a pandemia
Totalmente alinhado às necessidades do consumidor brasileiro, no quesito praticidade e conveniência, o setor de alimentação fora do lar adiantou o processo de modernização e acelerou a abertura de novos canais de vendas durante a pandemia, o que puxou o freio da queda vivenciada pelos bares, restaurantes, lanchonetes etc. E foi com este cenário que a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) realizou o 13º Congresso Internacional de Food Service, realizado na última semana, com público de 588 participantes online.
Para João Dornellas, presidente executivo da ABIA, o Food Service (FS) vinha crescendo dois dígitos por ano nos últimos 10 anos e, a estimativa é que 25% do gasto do brasileiro com alimentação será destinado ao Food Service no fechamento do ano de 2020. “A retomada do emprego e a confiança do consumidor aliado aos ajustes que a cadeia realizou nos últimos meses garantem um grande crescimento nos próximos anos para o Food Service na alimentação brasileira”.
O serviço de alimentação preparada fora do lar e também as refeições do setor de hospitalidade estão em franca mutação. Mas, o que liga uma pequena lanchonete na periferia com um grande supermercado na zona sul e com um catering para executivos do mercado financeiro na Faria Lima? O que um café dentro de uma loja de departamentos que serve refeições para jovens senhoras na hora do almoço tem em comum com uma lanchonete estudantil? Foram perguntas deste tipo que o Congresso FS respondeu em sua 13ª edição no ano de 2020.
Daniel Silva, coordenador do comitê de Food Service da ABIA, destacou algumas nuances em relação ao futuro do setor e como a entrega a domicílio freou um ciclo de quedas no faturamento. “O trabalho remoto fez com que o delivery migrasse dos grandes centros comerciais para áreas residenciais, periferias e cidades vizinhas às capitais, sendo um dos fatores que permite a perspectiva positiva para o último trimestre do ano, somado ao processo de recuperação da economia em curso e a reabertura de estabelecimentos”, revela.
Silva também destacou os desafios da cadeia, como dificuldade de acesso ao crédito, adequação aos protocolos de segurança sem impactar no preço final dos produtos e o aumento da cotação do dólar, que faz encarecer alguns insumos e matérias-primas.
“Ainda assim, os operadores do Food Service identificaram rapidamente novas possibilidades de obter receitas, se aproximando do varejo alimentar, atentamente para a franca expansão dos canais emergentes, como o delivery, as dark kitchens (cozinhas que atuam somente para delivery) e as ghost kitchens (cozinhas compartilhadas destinadas ao delivery), que devem reorganizar a cadeia de fornecimento e garantir a expansão dos negócios”, afirma.
Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da Abia, mediou uma conversa com representantes de outras associações com foco em como deve se comportar ‘O mercado de Food Service pós-pandemia’, com as participações de Cristiano Melles, presidente da Associação Nacional de Restaurantes (ANR); Ely Mizhari, presidente do Instituto Food Service Brasil (IFB); João Baptista Júnior, coordenador do Comitê Setorial das Redes de Food Service da Associação Brasileira de Franchising (ABF); e Paulo Solmucci, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Os executivos entendem que a ampliação do delivery no Food Service iria acontecer inevitavelmente, e que a pandemia apenas acelerou o processo que já estava ocorrendo tanto com os consumidores quanto para os estabelecimentos. O debate também pontuou a importância das parcerias entre indústria, distribuidores, consultorias, instituições e operadoras para a superação dos desafios durante a pandemia.
A nutricionista Heloisa Guarita, mestre em psicobiologia, com formação em marketing empresarial, que debateu o tema ‘Clean label’ (rótulo limpo) com Sandro Marques, consultor e docente do Senac. Este conceito do mercado de alimentos visa destacar os produtos sem aditivos artificiais, contribuindo para um modelo de consumo mais consciente e transparente. Segundo ela, a saudabilidade já tem forte atenção dos consumidores e, na pandemia, isso se solidificou. “O consumidor agora prioriza uma segurança no que está consumindo. A indústria sempre investiu em novas tecnologias para poder fabricar alimentos clean label, esta visão se aprofundou ainda mais com a pandemia e não tem retorno”, conclui Guarita.
O painel dedicado aos cases de delivery detalhou as operações do Grupo Trigo, da rede ExBurger e da startup Mimic. Com mediação de Simone Galante, CEO da Galunion Consultoria, Antonio Leite, Ademario Santos Silva e Jean Paul Maroun, mostraram que um dos grandes desafios é a manutenção da equação preço x qualidade x lucro, enquanto detalhavam a trajetória das suas operações e os desafios enfrentados antes do sucesso.
Na mesma linha, o painel ‘Os canais se mesclam: Food Service no varejo e varejo no Food Service’, trouxe ao público um pouco da trajetória da chef e proprietária do Carlota Restaurante, Carla Pernambuco, que juntamente com Daniela Mello, cheftime do Grupo GPA, Thiago Picolo, CEO da rede Hortifruti/Natural da Terra e Rodrigo Barros, CEO da Boali, compartilharam soluções para aceleração e diversificação dos negócios, em bate papo mediado pelo Conselheiro e Sponsor do Comitê de Food Service da ABIA, Jean Louis Gallego (diretor da Latam Aryzta). Jean destacou a importância do Food Service como um grande instrumento de diferenciação entre as redes varejistas. “Quando olhamos para o varejo, existiam somente açougue e FLV como instrumentos de diferenciação, porém estes estão cada vez mais padronizados e agora temos as padarias e o Food Service como o ponto focal de crescimento e diferenciação”.
Renato Meirelles, presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva, encerrou o encontro, contextualizando a realidade dos consumidores pré-pandemia, o panorama pandêmico e colocando luz sobre o comportamento pós-pandemia, considerando vários cenários. “O consumidor está mais criterioso nas compras e radical nos serviços. O Food Service tem grande potencial de crescimento e oportunidade de focar em soluções integradas para um cliente multicanal”, afirmou.
SOBRE A ABIA
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), no cumprimento de sua missão - promover o desenvolvimento sustentável da indústria brasileira de alimentos, por meio do diálogo, ciência e inovação, com respeito ao consumidor e em harmonia com a sociedade - reforça a importância de que suas associadas sigam as recomendações do Ministério da Saúde para a contenção da pandemia de Covid-19, disponíveis em https://coronavirus.saude.gov.br/.
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