por Abia

Tropical Food abre as portas de olho em empresas inovadoras

Com investimento inicial de R$ 10 milhões entra em operação no próximo dia 18 de outubro, o Tropical Food Innovation Lab, iniciativa de um consórcio formado pela suíça Givaudan, que desenvolve sabores e fragrâncias, pela fabricante de equipamentos Buhler, pela multinacional do agronegócio Cargill e pelo FoodTech Hub Latam com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).

O laboratório, cujas instalações ficarão no Ital, em Campinas, será o local onde os membros do consórcio poderão trabalhar na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e também será uma incubadora de projetos de inovação em alimentos.

“O Tropical pretende ser uma incubadora e também ponto de encontro entre empresas, academia e empreendedores do setor de foodtech”, afirma Paulo Silveira, CEO do FoodTech Hub Latam.

Segundo ele, o Tropical irá complementar o ecossistema do FoodTech Hub Latam, criado em 2018, e que reúne empresas como Mondelez, Kraft, BRF e Bayer.

O FoodTech Hub funcionou virtualmente, como um “amálgama de indústria, academia, venture capital, empreendedores e governo (via Ministério da Agricultura)”, nas palavras dele. “A estrutura intelectual eu tinha, faltava a física”, acrescenta.

Para que o Ital pudesse fazer parte do consórcio foi necessário o desenvolvimento de um edital para concessão do espaço, já que se trata de uma instituição pública. Juntamente com a Procuradoria do Estado, o Ital lançou o edital, formulado via Lei de Inovação, conta Silveira. Então, ele saiu em busca de interessados na iniciativa e atraiu a Givaudan, a Buhler e a Cargill, que já eram membros do FoodTech Hub Latam, ao projeto.

“O Tropical Food Innovation está totalmente conectado com o propósito da Cargill em nutrir o mundo. A inovação é uma das chaves para alcançar isso, especialmente com o aumento da população e desafios que vão das mudanças climáticas aos novos perfis de consumo. Estamos muito honrados em liderar esse projeto ao lado de parceiros tão relevantes para a produção de alimentos não apenas na América Latina, mas no mundo”, afirma Carlos Prax, líder de tecnologia e Inovação Latam da Cargill, em nota.

A infraestrutura do Tropical Food Innovation Lab conta com planta-piloto de linhas de produção de pequena escala complementares às já em operação no Ital, laboratórios de análise e de desenvolvimento de aplicações, além de uma cozinha experimental e um espaço de convivência, segundo Silveira.

De acordo com Gisele Camargo, pesquisadora do Ital, a área cedida sob concessão para o Tropical é uma das mais antigas da instituição, que completou 60 anos no último mês de agosto. Por anos, abrigou uma planta-piloto montada com recursos da agência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Conceder a área, que estava ociosa, à iniciativa privada, é uma forma de otimizar recursos além da possibilidade de expandir as operações do local, diz a pesquisadora. Segundo ela, no local não havia uma área de extrusão de proteína, por exemplo, nem uma área dedicada ao desenvolvimento de bebidas saudáveis e alimentos plant based, que passarão a existir com a inauguração do Tropical.

Aberto o espaço, a ideia é operar a “todo o vapor” desde o dia um. Paulo Silveira espera que, além de iniciativas que tenham o Ital ou as empresas do consórcio, o Tropical seja a casa de projetos de outros participantes do ecossistema de foodtech.

Segundo ele, o Tropical poderá atender a toda a América Latina e estará aberto a projetos de universidades, da Embrapa e empresas. As outras companhias que já faziam parte do FoodTech Hub Latam também irão realizar projetos no Tropical.

 

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