por Abia

Perfil País Egito: com desgravação tarifária em curso, exportações brasileiras para o Egito crescem

Depois do lançamento do Perfil África em maio passado, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lança agora o Perfil País Egito. O estudo traz informações diversas sobre o país, que foi convidado recentemente para fazer parte dos BRICS. O perfil Egito traz informações sobre a economia do país, dados do comércio com o Brasil, e informações sobre acesso ao mercado e investimentos.

Terceira maior economia da África, o Egito apresentou forte desempenho econômico em 2022 (6,6%), e o FMI indica um crescimento de 3,7% para o ano de 2023. Além disso, o país que conta com pouco mais de 100 milhões de habitantes recebeu um convite do BRICS para participar do bloco. A partir da entrada no bloco, o Egito poderá receber apoio em financiamento à infraestrutura por parte do New Development Bank (NDB).

Em 2022, a corrente de comércio entre Brasil e Egito atingiu maior patamar em dez anos, chegando a US$ 3,5 bilhões. Nossa balança comercial com o Egito é superavitária há mais de 20 anos, e, em 2022, exportamos US$ 2,8 bilhões para o mercado egípcio, com destaque para as exportações de milho, açúcar e melaços e carne bovina.

Nesses três produtos, o Brasil supre grande parte da demanda egípcia. As importações açúcares e melaços brasileiros representaram 77% do total importado pelo Egito, em 2022, enquanto as importações de milho e carne bovina responderam por 54% e 38% do total importado, respectivamente. Ainda que na pauta exportadora brasileira predominem bens alimentícios e commodities, as exportações de aeronaves tiveram aumento de 339% entre 2018 e 2022.

Quanto às importações brasileiras, a pauta está altamente concentrada. Em 2022, o grupo adubos ou fertilizantes correspondeu a mais de 70% das compras do Brasil. No contexto de guerra na Ucrânia, o Egito posiciona-se de forma significativa como fornecedor de insumos para o agronegócio brasileiro.

Acesso a mercado

Em 2022, China e Arábia Saudita foram os maiores fornecedores do mercado egípcio. No entanto, nem a China, nem a Arábia Saudita concorreram diretamente com o Brasil em seus principais setores de atuação.

Nas importações egípcias no ano de 2022, cerca de 55% delas se originaram de países com os quais o Egito possui acordo comercial, inclusive o Brasil. As exportações brasileiras obtiveram uma participação de mercado de 3,5% no Egito no ano, o que faz do país o sexto principal fornecedor egípcio com acordo comercial, atrás de Arábia Saudita, Kuwait, Alemanha, Turquia e Itália. O Acordo Mercosul-Egito de livre comércio, em vigor desde 2017, beneficiou cerca de 75% das exportações brasileiras no ano.

Confira as oportunidades comerciais:

  • Produtos alimentícios e animais vivos (destaques: Milho, Açúcar, Pimenta)
  • Produtos químicos e relacionados (destaques: Medicamentos, Álcoois)
  • Matérias em bruto, não comestíveis, exceto combustíveis (destaques: Pastas de madeira, Sementes)

Dois projetos setoriais da ApexBrasil da área de saúde têm o Egito como mercado prioritário. Em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI), a agência promove o Brazilian Pharma & Health (BPH), iniciativa para ampliar a participação das empresas das cadeias produtivas de farmoquímicos, farmacêutico e biotecnologia de saúde humana e animal brasileira no cenário internacional. O projeto oferece às empresas afiliadas informações de inteligência de mercado, qualificação e capacitação e apoia sua participação em eventos internacionais exclusivos.

Já o Brazilian Health Devices, fruto de cooperação entre a ApexBrasil e a Associação da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), incentiva a exportação das indústrias de dispositivos médico-hospitalares, odontológicos, de laboratórios e reabilitação. Atualmente, são cerca de 130 indústrias que exportam para mais de 120 países. As empresas apoiadas recebem dados de inteligência de mercado e participam de missões comerciais e projeto comprador.

Investimentos

Desde 2020, os investimentos brasileiros no Egito voltaram a crescer, com mais de 180% de aumento. Segundo dados do Bacen, em 2021 o Brasil detinha um estoque de IED de US$ 13,8 milhões no Egito. Em relação aos investimentos greenfield brasileiros anunciados mais recentemente no Egito, em 2020 a The Body Shop, empresa do grupo Natura Holding Co., abriu uma loja no Mall of Egypt, na capital do país, Cairo, com um investimento aproximado de US$ 1,3 milhão.

Para mais informações e ver o estudo na íntegra, clique aqui.

Compartilhar