por Abia

Para você nunca mais ter dúvidas ao separar o seu lixo doméstico

Será que você sabe mesmo separar o lixo da sua casa? Nem sempre é fácil decidir o que fazer e onde jogar uma máscara usada, um cotonete ou as embalagens sujas das lanchonetes de fast food, por exemplo. Portanto, para que não restem dúvidas sobre este processo tão importante para a reciclagem – e para a saúde do planeta – elaboramos algumas dicas.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS/Lei nº 12.305/10) estabelece que a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos deve ser compartilhada. Em outras palavras, todos – fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares de serviços públicos de limpeza urbana – são responsáveis pela disposição final e ambientalmente adequada dos resíduos sólidos.

Mas este é apenas o início de um processo que inclui a separação do lixo em resíduos e rejeitos (os primeiros são descartes que ainda têm utilização possível por meio da reciclagem ou reutilização, já os segundos não podem ser reutilizados e vão normalmente para aterros sanitários); a coleta seletiva (método que otimiza os processos de destinação do lixo) e a reciclagem (processo que transforma os resíduos sólidos descartados em matéria-prima, novamente, ou produto).

“Antes de mais nada, é muito importante mudarmos a relação que temos com os resíduos”, diz a coordenadora do Departamento Técnico da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Fernanda Romero. “É crucial não ver esses resíduos apenas como algo que queremos o mais longe possível de nós, que vamos simplesmente colocar para a coleta seletiva – sem pensar mais nisso –, mas entender que a responsabilidade de esses materiais terem o melhor destino é da população também”, reitera.

Nesse sentido, como lembra Fernanda, “para a reciclagem ser efetiva, tudo começa com uma boa segregação na fonte”. Em outras palavras, ela explica que é preciso olhar para a geração de resíduos que temos dentro das nossas casas e separá-los adequadamente. “É necessário dispor esse material para a coleta seletiva nos diferentes moldes e dias. A depender da cidade, faz muita diferença para que a reciclagem, como um processo futuro, aconteça”, complementa.

A coordenadora observa também que a pandemia fez com que, para uma parte da população, o trabalho fosse deslocado para as residências e isso fez com que as pessoas ficassem mais próximas da geração de resíduos. “Dentro de casa, você acompanha mais de perto isso tudo. Essa relação foi alterada e ressaltou ainda mais a importância de se separar adequadamente o lixo, porque estando em casa a chance de gerar mais resíduos é maior”, explica.

Resíduos comuns

O passo a passo – Em primeiro lugar, é preciso saber separar o lixo comum (úmido, orgânico, de rejeitos) e o lixo reciclável (seco, de resíduos). É importante também separar os materiais recicláveis: vidro, plástico, metal e papel.

Vão para o lixo comum, os materiais que não podem ser reciclados – como restos de alimentos e outros lixos orgânicos como folhas secas (quando não usados em compostagem); papel higiênico e outros papéis sujos; esponjas de aço; algodões; papéis toalha e fraldas, entre outros. Caso seja feita a compostagem, é preciso separar restos de carnes ou ossos e descartá-los como rejeitos porque eles podem atrair vetores e provocar mau odores.

Sobre os cotonetes de hastes plásticas, apesar das hastes serem recicláveis na teoria, os cotonetes vão para o lixo comum. Em tese, os tecidos também são lixo comum, mas recomenda-se reaproveitá-los de diversas formas.

As máscaras descartáveis de proteção também são lixo comum, mas é preciso alguns cuidados nesse processo, como cortar os elásticos antes de descartá-las.

Embalagens plásticas metalizadas; esponjas de limpeza; etiquetas e fitas adesivas; papéis vegetais, celofane, carbono; fotografias e negativos de filmes são também exemplos de rejeitos ou lixos considerados comuns. Vale também descobrir se há a separação excepcional de quaisquer desses materiais – como as esponjas de limpeza – em sua cidade. Nesse caso elas podem ser recicladas.

Quanto ao lixo orgânico, é possível criar uma composteira e utilizar o adubo em uma horta caseira, por exemplo. Existem também empresas e associações que fazem esse trabalho e retornam os materiais em forma de adubo.

Resíduos Recicláveis

Reciclagem – Seguem para o lixo reciclável, os resíduos de plástico (garrafas PET, canudos e sacolas), vidro (copos, vidros de alimentos ou bebidas e frascos de perfumes); metais (latas de óleo, de refrigerante, de sardinha, etc.); papéis para escrever, imprimir, jornais, revistas e cartolina; papelão (caixas de embalagens limpas).

Antes de enviar o resíduo para reciclagem, é importante lavar ou limpar as embalagens – com água de reuso ou papel usado – para evitar o mau cheiro nos pontos de reciclagem e a proliferação de insetos que podem prejudicar a saúde dos trabalhadores, e secá-los antes de depositar nos coletores. Os papéis também devem estar secos, e não amassados. Vidros quebrados e outros materiais cortantes devem ser embrulhados em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados em uma caixa.

Nesse sentido, Fernanda Romero lembra que é sempre bom ter em mente que outras pessoas vão ter contato com esses materiais. “Se eu descartar um resíduo reciclável com muitos restos de comida, isso não será salubre para as pessoas que trabalham na reciclagem, por conta do mau cheiro e da liberação de líquidos, por exemplo – então limpar esses resíduos é um ato de gentileza para quem vai ter contato com eles depois. É muito importante considerarmos o caminho que o resíduo percorre e as pessoas que estão envolvidas nesse processo, que merecem respeito. Essa é uma forma de colaborar com o trabalho posterior que essas pessoas vão realizar”, alerta.

Por fim, a coordenadora da Abrelpe observa o quanto é crucial, hoje em dia, repensar o consumo e o quanto de lixo estamos gerando. “Há uma possibilidade que vai além da separação adequada dos resíduos nas residências: pensar na geração desses materiais e realizar mudanças nesse sentido, contribuindo para alterar a situação atual de crescente geração de lixo”, explica.

Aqui vale lembrar os chamados 5 Rs da Reciclagem: repense (hábitos e comportamentos de consumo); reduza (o desperdício, optando por produtos sem ou com poucas embalagens, ou com embalagens biodegradáveis); recuse (descartáveis, como sacolas plásticas, preferindo sacolas reutilizáveis como as ecobags); reuse (procure alternativas de uso para os resíduos a serem descartados) e recicle.

Mais infos – Para quem quer saber mais, Fernanda Romero recomenda consultar os sites da própria Abrelpe, do Recicla Sampa e do eCycle. “Vale consultar também as prefeituras ou os órgãos responsáveis nos municípios onde as pessoas residem para saber quais são as orientações, os dias e as formas de coleta seletiva, os pontos de entrega voluntária, de acordo com as conformações locais”, lembra.

Para descartar produtos eletrônicos, baterias, pilhas, fios, lâmpadas e eletrodomésticos, por exemplo, é preciso informar-se sobre os pontos de coleta especializados locais. Os fabricantes de eletrodomésticos têm políticas de logística reversa. Remédios devem ser descartados em pontos de entrega existentes em algumas farmácias, e não jogados no vaso sanitário ou no lixo comum, pois podem prejudicar animais ou contaminar o solo e a água. O isopor é reciclável e deve ser colocado com os plásticos.

 Veja aqui a lista completa dos diferentes tipos de resíduos e sua destinação.

Fonte.: Indústria Verde - CNI

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